A avicultura de postura está passando por uma crise sem precedentes. Uma crise que não é sanitária, já que os avicultores cuidam muito bem da biosseguridade de seus plantéis.
A crise a que me refiro, na verdade, é econômica e financeira. Podemos dizer que a causa principal são os altos custos dos insumos que vêm subindo absurdamente.
O milho, a soja, o trigo e as vitaminas são cotados em dólar, que subiu muito em relação ao real.
Toda nova semana, somos obrigados a absorver novos aumentos. Temos sofrido para transformar commodities compradas em dólar em proteína animal (ovo) vendida em reais, a prazo.
Agora, ainda para piorar, temos a guerra Rússia-Ucrânia, que elevou o preço do petróleo e, consequentemente, os fretes e insumos de modo geral.
Não temos ingerência sobre o preço das commodities, mas temos o controle sobre a nossa produção. Estamos trabalhando com prejuízo há mais de dois anos por nossa culpa.
Essa responsabilidade é nossa pela falta de organização de classe e letargia em tomar atitudes.
Falta estratégia e ação conjunta para adequar a produção à demanda e valorizar nosso produto. Este encontro aconteceu em um momento em que a avicultura de postura agoniza.
Foi o momento para nos reunirmos em busca de soluções e melhorar nossa atividade como um todo.
Não podemos continuar perdendo o que muitos aqui levaram gerações e muito suor de antepassados para construir.
O período é de incertezas. Os financiamentos bancários estão cada vez mais difíceis com juros absurdos, o que coloca em risco nossa atividade, pois o capital de giro está escasso.
Basta, chegou a hora de agirmos.
Com o XIX Congresso de Ovos tivemos uma ótima oportunidade de discussão para agregar conhecimento técnico estreitando laços entre amigos a fim de continuarmos trilhando nossos caminhos e alimentando a população com o segundo alimento mais completo e a proteína mais saudável que existe.
*Paulo Pellicci, empresário na área de avicultura de postura e Presidente do XIX Congresso de Ovos